24 abril, 2010

[:] SARAU DAS POÉTICAS INDÍGENAS

Um encontro muito, muito interessante na Casa das Rosas: Sarau das poéticas indígenas. 

Neste dia conheci um tipo de literatura que nem fazia ideia de que existia, uma literatura produzida por indígenas. Estavam presentes no sarau alguns escritores de origem indígena que recitaram seus poemas, suas manifestações artísticas e depois tivemos uma roda de conversa riquíssimas com eles. 

Existe uma significativa diferença entre narrativas sobre indígenas e suas culturas contadas por pessoas não indígenas e as que são contadas por eles mesmos. Ao ouvir os cantos, as palavras, as vozes que se manifestaram nesse dia, tive um sopro que me levou para um caminho de inúmeras descobertas: a poética indígena. 

Tive a honra de conhecer pessoalmente Daniel Munduruku. Escritor, Nascido em Belém, PA, filho do povo indígena Munduruku. Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam culturalmente a região do Vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato e durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia. (ISA. 2011). Formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, integrou o programa de pós-graduação em Antropologia Social na USP. Lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças. Autor de: Histórias de índio, Coisas de índio e As serpentes que roubaram a noite, entre outros, sendo os dois últimos premiados com a menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ ( Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).

O seu livro Meu avô Apolinário foi escolhido pela UNESCO para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para Crianças e Jovens na questão da Tolerância. Viaja pelo Brasil e pelo mundo participando de seminários, encontros, realizando palestras e participando efetivamente da militância indígena, sobretudo pelo respeito à diversidade e a luta contra o preconceito. Sendo educador seus livros têm um forte dinamismo didático. Um exemplo está em O Banquete dos Deuses, onde o autor dialoga sobre a origem da cultura brasileira, se debruça sobre a problemática do preconceito em sala de aula, investiga as origens da visão deturpada que os professores fazem a respeito dos povos indígenas e aponta caminhos para uma educação humanista no Brasil. “Minha principal preocupação é libertar as crianças do preconceito”, disse em entrevista publicada em seu blog. (http://danielmunduruku.blogspot.com).Nesse espaço virtual, escreve regularmente sobre literatura e diversos assuntos ligados às questões indígenas, principalmente as questões políticas. O blog é outro fator interessantíssimo na produção literária de Daniel, pois nos revela um autor pronto para o diálogo também através das novas tecnologias de comunicação.

O sarau foi algo assim intenso. Um novo mundo se revelou para mim e fiquei muito interessada em estudar e pesquisar mais sobre a literatura indígena. 

Alguns registros deste dia incrível:







Inté!🙌🏽

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