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25 julho, 2012

[:] ARIANO SUASSUNA - AULA-ESPETÁCULO "A ORALIDADE NA CULTURA BRASILEIRA"

Ontem tive o privilégio de assistir uma aula-espetáculo de Ariano Suassuna "A Oralidade na Cultura Brasileira" .

Estou até agora tentando encontrar palavras para descrever a emoção que senti. E ainda sinto. Não só por se tratar de um dos grandes nomes importante na literatura brasileira, mas porque é um dos meus escritores favoritos. Ouvi-lo dizer as preciosidades que disse ontem, assim ao vivo e colorido, foi demais! 



A pouco tempo atrás, numa aula no Brincante vimos um vídeo onde Ariano falava sobre o teatro indígena e alguns aspectos muito interessantes da cultura popular brasileira. Isso me tocou profundamente e desde que comecei a conhecer mais a cultura popular, tenho lido seus trabalhos e caminhado por trilhas que me levam a ele. Portanto, estava ansiosa para essa aula-espetáculo. E foi muito boa. Ariano nos convidou a refletir sobre oralidade brasileira, cultura popular e literatura. A sua simpatia e bom humor, simplesmente encantam. 

Ariano disse muitas coisas interessantes e que provocam o nosso pensar. Deixo aqui alguns recortes de sua fala para refletirmos juntos:  

“Arte nova e arte velha não existe. O que existe é arte boa e arte ruim. A arte boa é contemporânea e será eterna, fica aí para nossos netos” 

“Existe uma diferença entre sucesso e êxito. Sendo que sucesso pode ser algo que é muito conhecido mas não tem conteúdo, e êxito pode ser algo de muito conteúdo mas pouco conhecido”.

"A literatura nasce na oralidade, o que marca a oralidade nos romanos, nordestinos, nos egípcios, são as personagens. A estrutura psíquica, a personalidade e a sua função na história. Pois são as forças impulsionadoras do discurso que permanecerá o diálogo. O diálogo é o eixo do texto de oralidade."


Inté!

24 abril, 2010

[:] SARAU DAS POÉTICAS INDÍGENAS

Um encontro muito, muito interessante na Casa das Rosas: Sarau das poéticas indígenas. 

Neste dia conheci um tipo de literatura que nem fazia ideia de que existia, uma literatura produzida por indígenas. Estavam presentes no sarau alguns escritores de origem indígena que recitaram seus poemas, suas manifestações artísticas e depois tivemos uma roda de conversa riquíssimas com eles. 

Existe uma significativa diferença entre narrativas sobre indígenas e suas culturas contadas por pessoas não indígenas e as que são contadas por eles mesmos. Ao ouvir os cantos, as palavras, as vozes que se manifestaram nesse dia, tive um sopro que me levou para um caminho de inúmeras descobertas: a poética indígena. 

Tive a honra de conhecer pessoalmente Daniel Munduruku. Escritor, Nascido em Belém, PA, filho do povo indígena Munduruku. Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam culturalmente a região do Vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato e durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia. (ISA. 2011). Formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, integrou o programa de pós-graduação em Antropologia Social na USP. Lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças. Autor de: Histórias de índio, Coisas de índio e As serpentes que roubaram a noite, entre outros, sendo os dois últimos premiados com a menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ ( Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).

O seu livro Meu avô Apolinário foi escolhido pela UNESCO para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para Crianças e Jovens na questão da Tolerância. Viaja pelo Brasil e pelo mundo participando de seminários, encontros, realizando palestras e participando efetivamente da militância indígena, sobretudo pelo respeito à diversidade e a luta contra o preconceito. Sendo educador seus livros têm um forte dinamismo didático. Um exemplo está em O Banquete dos Deuses, onde o autor dialoga sobre a origem da cultura brasileira, se debruça sobre a problemática do preconceito em sala de aula, investiga as origens da visão deturpada que os professores fazem a respeito dos povos indígenas e aponta caminhos para uma educação humanista no Brasil. “Minha principal preocupação é libertar as crianças do preconceito”, disse em entrevista publicada em seu blog. (http://danielmunduruku.blogspot.com).Nesse espaço virtual, escreve regularmente sobre literatura e diversos assuntos ligados às questões indígenas, principalmente as questões políticas. O blog é outro fator interessantíssimo na produção literária de Daniel, pois nos revela um autor pronto para o diálogo também através das novas tecnologias de comunicação.

O sarau foi algo assim intenso. Um novo mundo se revelou para mim e fiquei muito interessada em estudar e pesquisar mais sobre a literatura indígena. 

Alguns registros deste dia incrível:







Inté!🙌🏽