29 novembro, 2012

[:] ÚLTIMA AULA ! A ARTE DO BRINCANTE PARA EDUCADORES

ÚLTIMA  AULA!

Ontem terminou o curso "A ARTE DO BRINCANTE PARA EDUCADORES". Confesso que deu um gelo na barriga. Foram oito meses de um intenso trabalho coletivo calcado em desafios individuais.
Galera, curti de mais brincar com vocês! Valeu!
Viva a cultura popular! Viva a arte nossa de cada dia!



25 julho, 2012

[:] ARIANO SUASSUNA - AULA-ESPETÁCULO "A ORALIDADE NA CULTURA BRASILEIRA"

Ontem tive o privilégio de assistir uma aula-espetáculo de Ariano Suassuna "A Oralidade na Cultura Brasileira" .

Estou até agora tentando encontrar palavras para descrever a emoção que senti. E ainda sinto. Não só por se tratar de um dos grandes nomes importante na literatura brasileira, mas porque é um dos meus escritores favoritos. Ouvi-lo dizer as preciosidades que disse ontem, assim ao vivo e colorido, foi demais! 



A pouco tempo atrás, numa aula no Brincante vimos um vídeo onde Ariano falava sobre o teatro indígena e alguns aspectos muito interessantes da cultura popular brasileira. Isso me tocou profundamente e desde que comecei a conhecer mais a cultura popular, tenho lido seus trabalhos e caminhado por trilhas que me levam a ele. Portanto, estava ansiosa para essa aula-espetáculo. E foi muito boa. Ariano nos convidou a refletir sobre oralidade brasileira, cultura popular e literatura. A sua simpatia e bom humor, simplesmente encantam. 

Ariano disse muitas coisas interessantes e que provocam o nosso pensar. Deixo aqui alguns recortes de sua fala para refletirmos juntos:  

“Arte nova e arte velha não existe. O que existe é arte boa e arte ruim. A arte boa é contemporânea e será eterna, fica aí para nossos netos” 

“Existe uma diferença entre sucesso e êxito. Sendo que sucesso pode ser algo que é muito conhecido mas não tem conteúdo, e êxito pode ser algo de muito conteúdo mas pouco conhecido”.

"A literatura nasce na oralidade, o que marca a oralidade nos romanos, nordestinos, nos egípcios, são as personagens. A estrutura psíquica, a personalidade e a sua função na história. Pois são as forças impulsionadoras do discurso que permanecerá o diálogo. O diálogo é o eixo do texto de oralidade."


Inté!

04 abril, 2012

[:]


“... a verdadeira cura, a transformação do mal em bem, 
dependerá da capacidade da verdadeira arte
de fornecer às almas e corações humanos 
um caminho espiritual.”   Rudolf Steiner



03 abril, 2012

[:]

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, 
os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo." 
Paulo Freire


19 julho, 2011

[:] Workshop - Corpo, memória e emoção: Do descartável ao memorável ou do esquecível ao inesquecível, do ausente ao presente.

com: Leila Garcia (bailarina, professora e terapeuta corporal)


A memória é o que nos mantém coesos ligando passado, presente e futuro. Na verdade, nada é mais essencial para a construção da identidade do que as experiências transformadas em memórias. Nessas experimentações vamos mergulhar no universo da memória e das emoções, ancorados pelo corpo que é o mediador de toda a experiência humana. Desse mergulho cada educador emerge com sua identidade fortalecida, condição fundamental para caminhar com passos largos e seguros pelo mundo. Público: professores de todos os níveis de ensino formal e informal e interessados na temática.  (30 vagas) - Inscrições: de 12 a 20/7 preencher ficha de inscrição disponível nesta página a partir do dia 12/7 e enviar para o e-mail professornocentro.ccsp@gmail.com - seleção: por ordem de recebimento da ficha de inscrição. A lista dos selecionados estará disponível no site a partir do dia 22/7 - período do workshop: de 27 a 29/7 - quarta a sexta, das 19h às 22h - Sala de Ensaio 1

16 abril, 2011

[:]

"Ai de nós, educadores, se deixamos de sonhar sonhos possíveis. (...) Os profetas são aqueles ou aquelas que se molham de tal forma nas águas da sua cultura e da sua história, da cultura e da história do seu povo, que conhecem o seu aqui e o seu agora e, por isso, podem prever o amanhã que eles mais do que adivinham, realizam. "

Paulo Freire 

15 outubro, 2010

[:] DIA DO PROFESSOR !!!!

"Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver, naqueles cujos olhos, aprenderam a ver o mundo, pela magia da nossa palavra. O professor não morrerá jamais."

Rubem Alves

30 setembro, 2010

[:] CURSO DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES POPULARES





Simplesmente intenso e transformador! Este curso foi muito, muito bom!
Tentarei compartilhar um pouco do que nós (Integrantes do Projeto Educar é Contagiante!) vivenciamos nesse último mês.


A intenção dos organizadores do curso foi instrumentalizar estudantes que tenham alguma atuação em suas comunidades, movimentos sociais, ONGs, pastorais sociais e outras instituições da sociedade civil, com a concepção teórico-metodológico da educação popular crítica.

Na assessoria pedagógica, Júnior Pacheco, Mestrando em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Bacharelado e Licenciatura em História pela PUC-SP e Bacharelado em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Possui experiência em educação popular, formação política, metodologia freiriana, projetos de metodologia participativa, formação em organizações populares, projetos de democracia participativa, projetos vinculados à extensão universitária (formação de educadores populares), educação informal e trabalhou junto ao Instituto Paulo Freire.

Esse curso foi uma experiência extremamente gratificante, uma vez que no currículo da Licenciatura em Letras, temos pouco espaço para o estudo da obra de Paulo Freire, o que considero uma pena. Acredito que o estudo da vida e obra de Paulo Freire deveria ser uma disciplina na grade curricular. Simples assim.

O educador Junior Pacheco demonstrou com práticas diversas, como a educação pode ser democrática, como pode ser a postura de um educador que não se coloca como detentor do conhecimento. As práticas dele ao longo dos quatro dias de curso mostraram um educador que sabe trabalhar a partir do conhecimento de mundo do sujeito. Só pelo fato de observarmos seus métodos de ensino-aprendizagem, já foi possível aprender muito da concepção de educação freiriana.

A proposta de educação libertadora de Paulo Freire permite ao educador inúmeras reflexões a respeito da prática educativa cotidiana e sobretudo das funções da educação. É preciso ter consciência de nossos objetivos pessoais com a educação. Para que educamos? Quem educamos? Por que educamos?

Durante o curso de Licenciatura, somos bombardeados por teorias educacionais, mas quase não temos tempo para refletir as estruturas da sociedade em que vivemos. Afinal se a função da escola é formar cidadão para a sociedade, deveríamos primeiro estudar que sociedade é essa, como ela se constrói e se estrutura para depois começarmos a pensar que tipo cidadãos desejamos formar.

De acordo com a concepção de educação formulada por Paulo Freire, denominada por ele como Libertadora, Humanista, Democrática, permite ao sujeito reconstruir a sua  história, refazer as estruturas sociais, ser educado num processo contínuo de transformação, onde a busca por igualdade nunca cessa. A Educação Libertadora crê no ser humano como transformador da realidade. Onde através de uma leitura plural do mundo possibilita um desenvolvimento plural do ser humano.

Ficamos muito entusiasmados com esta experiência e obviamente as reflexões colocadas nos acompanharão ao logo de nossa jornada como educadores. Bem, ao menos assim esperamos. 

Segue o programa do curso, para quem nos acompanha nesta jornada de formação enquanto educadores e tem interesse em dialogar sobre os assutos abordados. 


Programa do curso


  • 1º Encontro. Dia 11 de setembro
Tema: Apresentação da proposta de formação
Conteúdos: Apresentação das propostas e dos envolvidos; reflexão sobre o significado de ser educador popular na perspectiva freiriana
Tempo: 4 horas

Tema: Concepções de Educação
Conteúdos: Significado da educação na sociedade; construção coletiva de um conceito de educação; reflexão sobre as concepções tradicional, liberal, técnico-burocrática e dialética; A concepção dialética de Educação
Tempo: 4 horas

  • 2º Encontro. Dia 12 de setembro
Tema: Introdução ao pensamento de Paulo Freire – Fundamentos teóricos
Conteúdos: Vida de Paulo Freire; A Pedagogia do Oprimido – fundamentação teórica e representação histórica; Educar exige... reflexão sobre a Pedagogia da Autonomia
Tempo: 4 horas

Tema: Introdução ao pensamento de Paulo Freire – Concepção metodológica
Conteúdos: Reflexão e vivência das categorias freirianas – Leitura de Mundo, Dialogicidade, Temas Geradores, situações-limite, inédito viável, práxis.
Tempo: 4 horas

  • 3ºEncontro. Dia 17 de setembro
Tema: Educação e Cultura
Conteúdos: Conceito de cultura; relação entre cultura e educação popular; Cultura e leitura do mundo; Cultura do Povo / Cultura Popular
Tempo: 4 horas

Tema: Educação Popular
Conteúdos: História da educação popular; construção coletiva de um conceito de educação popular, fundamentado nas reflexões anteriores; Educação de adultos, educação não-formal e educação popular
Tempo: 4 horas
  
  • 4º Encontro. Dia 18 de setembro
Tema: Construção de planejamento em educação popular
Conteúdos: Passo-a-passo para construção de planejamentos em educação popular; organização das atividades de intervenção e acompanhamento
Tempo: 4 horas

Tema: Sistematização, avaliação e pesquisa participante
Conteúdos: elaboração de propostas que sistematizem as atividades programadas pelos educadores
Tempo: 4 horas 
  • Total 32 horas.


Esperamos que estas linhas contribuam também com as reflexões de cada educador que nos acompanha neste blog.

Inté!
Karina Guedes

27 setembro, 2010

[:] Aprender e voar

" Aprender é uma aventura criadora , algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito" 

( PAULO FREIRE,1997:77)

08 setembro, 2010

[:] CURSO PRESENÇA LATINO-AMEFRICANA - Artereflexão


Olá,

Terminou nesse sábado mais um per-curso, trilhado junto às Edições Toró, Expedição Donde Miras, CDHEP e o povo das várias quebradas que apareceu e compareceu.  A cada encontro uma nova perspectiva, uma nova direção para os olhares, outras visões de mundo completaram a roda. Foi tudo tão intenso, tão intenso, que a mente fervilha a cada lembrança de cada dia, de cada aula, de cada partilha. 

A qualidade dos conteúdos das aulas e a energia vital com que os educadores vinham trazer sua palavra, fizeram desses encontros um ritual do saber imensurável. Porque o pensar é constante e as reflexões colocadas em cada aula são pungentes no nosso cotidiano de gente brasileira, latino-amefricana. 

Foi enriquecedor, aprender e refletir juntos sobre essas questões urgentes que nos cercam e que de um modo geral tão pouco sabemos. Questões que não estão em mídias e menos ainda em conteúdos programáticos universitários, mas que são vivas e dolorosas para mentes pensantes que lutam para construir a cada dia uma organização social diferente, mais justa do que esta escravizante na qual somos automaticamente inseridos desde o nosso nascimento.

Esse foi o segundo per-curso que trilhei com o pessoal das Edições Toró, guiado pelo queridíssimo Allan da Rosa. Educador, poeta, pessoa iluminada, que admiro muito.

Quero registrar aqui nessas linhas meu pleno e eterno agradecimento aos educadores que compartilharam conosco seus saberes de maneira graciosa e de extrema boa vontade.

Agradeço também a todos os colegas que estiveram presentes completando a roda e colaborando para essa construção de pensamento livre, forte e de luta.

Saí de lá no último sábado me sentindo mais forte, mais confiante, com mil vezes mais vontade de continuar na luta, acreditando fortemente no poder do coletivo.

Esse foi o roteiro que per- cursamos. Se liga!

PRESENÇA LatinoAmeFRICANA –  Arte e reflexão 

Articulação pedagógica: Allan da Rosa 
Realização: Edições Toró, CDHEP, Expedição Donde Miras.  

Conteúdo:
  • Literatura Argentina Frente às Suas novas Vozes, com Lúcia Tennina.
  • Cultura que Brota da Terra: povos indígenas do Brasil e suas lutas pelo território no século XXI, com Spensy Pimentel.
  • Me Gritam Negra! Uma Incursão na Musicalidade Afro-peruana, com Danielle Almeida.
  • Salve Hermanos!!! Hip Hop e(m) Cuba, com Matheus Subverso.
  • Cuba e Haiti: Atlântico Negro, Culturas e Interpretações, com Amailton Azevedo.
  • No Chão da Martinica, a Palavra de Noite, com Luciana Antunes Costa.
  • A Mátria das Cordilheiras, Mar, Pampa, Sierra, Selva e  Sertão: arte & re-existência, com Marcos Ferreira Santos.
  • Teatro, Negro, no Brasil: do TEN ao Bando Olodum, com Evani Tavares.
  • Revolução? Movimento Zapatista e Literatura das Margens Mexicanas, com Alejandro Reyes.
  • Cinemas Afro-sulamericanos, com Lilian Solá Santiago.
       
Valeu mesmo!!!!!!!!


Karina Guedes




11 agosto, 2010

[:] ENSINO E AMOR !!!!!

“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: Tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos"



Rubem Alves




Retirado do livro: A alegria de ensinar.

20 junho, 2010

[:] CURSO RESISTÊNCIA E ANUNCIAÇÃO - ARTE E POLÍTICA PRETA


Olá,

Venho aqui compartilhar mais uma experiência dessa jornada em busca de formação, para sermos educadores melhores neste nossa Brasilzão. Participei neste último mês de maio e começo de junho do curso “Resistência e Anunciação – Arte e política preta”, realizado pelo Grupo Capoeira Angola Irmãos Guerreiros & Edições Toró.

Esse curso foi muito interessante, de muita qualidade e obviamente transformador. Muitas reflexões foram colocadas nas rodas de conversas. Trocas intensas e um inevitável estado de elevação de consciência ao término de cada encontro. 

E juntamente com essas reflexões, veio a constatação do quanto precisamos aprender muito ainda sobre nós mesmos, sobre o que é ser braileiro. Pois, apesar de sermos um povo que traz em sua matriz formadora a cultura africana, ainda estamos muito distantes de reconhecer nossas marcas negras. Isso se deve, dentre outros fatores, aos longos anos de uma história mal contada sobre a origem do povo brasileiro e a uma educação onde ainda impera o eurocentrismo.

A recente historiografia, juntamente com inúmeras pesquisas na área de arqueologia, as persistentes e expansivas manifestações artísticas com a temática da cultura africana, contribuem imensamente para mudanças de nossa visão sobre nós mesmos e das realidades negras que nos cercam. Apesar de toda essa transformação do olhar ainda ser um processo muito lento.

De toda forma, no que tange a educação já é possível observar algumas singelas e miúdas mudanças. Hoje em dia, por exemplo, temos a lei que determina o ensino da cultura afro-indígena nos conteúdos escolares como sendo obrigatório. É fato que uma lei por si só não altera realidades. O preconceito, a discriminação, o racismo, continuam pulsantes no cotidiano escolar e na sociedade, só quem sofre com eles sabe disso.  Ainda assim, mesmo consciente da complexidade da questão, ou melhor das questões levantadas ao longo do curso, gosto de olhar para essa mudança como um pequeno passo rumo às transformações desejadas. Porque ela traz o assunto para dentro das instituições de ensino superior e de uma forma ou de outra, bem ou mal, somos levados a iniciar uma reflexão sobre o assunto.  Sei também que isso não satisfaz cem por cento e muito menos, em hipótese alguma encerra a luta. 

Um exemplo de que ainda há muita luta pela frente é o próprio curso em questão, que vim contar pra vocês como foi. Cursos como esse de iniciativa independente, é uma amostra de quanto trabalho há pela frente. Outro ponto que não pude deixar de observar é que pela qualidade das aulas apresentadas e pelo elevado nível de debate que foi travado ao longo desses últimos fins de semana, é inegável reconhecer o quanto de gente competente e empenhada na pesquisa, nos estudos, na formação de pessoas (e educadores) mais conscientes, temos no Brasil. Como disse no começo do post, foi um curso incrível e transformador!

Gratidão!

Karina Guedes

Segue a programação do curso e assuntos abordados:
#racismo
#preconceito
#culturaafro
#educação
#educacao

26 abril, 2010

[:] CURTA NA ESCOLA

Uma excelente iniciativa do Porta Curtas ( Projeto que exibe gratuitamente curta metragens), a idéia é basicamente incentivar o uso de filmes de curta metragem brasileiros como material de apoio pedagógico em salas de aula.
Estão disponíveis centenas de curtas dos mais variados temas. O catálogo está dividido por disciplinas. Só de Língua Portuguesa são mais de 80 curtas!!!

Acesse o site e conheça mais sobre o projeto:

E boa aula!!!




24 abril, 2010

[:] SARAU DAS POÉTICAS INDÍGENAS

Um encontro muito, muito interessante na Casa das Rosas: Sarau das poéticas indígenas. 

Neste dia conheci um tipo de literatura que nem fazia ideia de que existia, uma literatura produzida por indígenas. Estavam presentes no sarau alguns escritores de origem indígena que recitaram seus poemas, suas manifestações artísticas e depois tivemos uma roda de conversa riquíssimas com eles. 

Existe uma significativa diferença entre narrativas sobre indígenas e suas culturas contadas por pessoas não indígenas e as que são contadas por eles mesmos. Ao ouvir os cantos, as palavras, as vozes que se manifestaram nesse dia, tive um sopro que me levou para um caminho de inúmeras descobertas: a poética indígena. 

Tive a honra de conhecer pessoalmente Daniel Munduruku. Escritor, Nascido em Belém, PA, filho do povo indígena Munduruku. Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam culturalmente a região do Vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato e durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia. (ISA. 2011). Formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, integrou o programa de pós-graduação em Antropologia Social na USP. Lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças. Autor de: Histórias de índio, Coisas de índio e As serpentes que roubaram a noite, entre outros, sendo os dois últimos premiados com a menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ ( Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).

O seu livro Meu avô Apolinário foi escolhido pela UNESCO para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para Crianças e Jovens na questão da Tolerância. Viaja pelo Brasil e pelo mundo participando de seminários, encontros, realizando palestras e participando efetivamente da militância indígena, sobretudo pelo respeito à diversidade e a luta contra o preconceito. Sendo educador seus livros têm um forte dinamismo didático. Um exemplo está em O Banquete dos Deuses, onde o autor dialoga sobre a origem da cultura brasileira, se debruça sobre a problemática do preconceito em sala de aula, investiga as origens da visão deturpada que os professores fazem a respeito dos povos indígenas e aponta caminhos para uma educação humanista no Brasil. “Minha principal preocupação é libertar as crianças do preconceito”, disse em entrevista publicada em seu blog. (http://danielmunduruku.blogspot.com).Nesse espaço virtual, escreve regularmente sobre literatura e diversos assuntos ligados às questões indígenas, principalmente as questões políticas. O blog é outro fator interessantíssimo na produção literária de Daniel, pois nos revela um autor pronto para o diálogo também através das novas tecnologias de comunicação.

O sarau foi algo assim intenso. Um novo mundo se revelou para mim e fiquei muito interessada em estudar e pesquisar mais sobre a literatura indígena. 

Alguns registros deste dia incrível:







Inté!🙌🏽

17 abril, 2010

[:] EXPOSIÇÃO "MENAS"




A excelente exposição "MENAS", acontece até junho do MUSEU DA LÍNGUA. Uma inteligentíssima abordagem de um assunto pra lá de polêmico: Falar certo? Falar errado? O que é certo ou errado?
Permita-se enxergar com outros óculos e entregue-se a uma deliciosa reflexão sobre nossa língua que é mutante, flexível e viva! SIMPLESMENTE IMPERDÍVEL!!!!!



:: Museu da Língua Portuguesa ::
Estação da Luz
Praça da Luz, s/nº
Centro - São Paulo - SP
(11) 3326-0775


24 outubro, 2009

[:] CURSO: QUEM CONTA UM CONTO?


Olá pessoal,

Vim comentar um pouco sobre o curso de contação de histórias na Cia.Paideia que acabei de terminar.

É difícil encontrar palavras para descrever esses dias de intensas trocas e sintonias. O ambiente, as pessoas, o propósito de estarmos reunidos ali em busca de um saber ancestral, tudo isso junto fez com que as horas e os dias passassem como num piscar de olhos, mas deixando a sensação de ter sido um momento eterno.

O curso “Quem conta um conto?” foi ministrado por Rosane Pamplona, Tininha Calazans, Luiza Lameirão, com o apoio dos integrantes da Cia. Paidéia de teatro. Cada uma delas trouxe um pouco da sua bagagem na literatura, arte e educação.

O curso foi totalmente prático, experimentamos o contar de histórias tanto como ouvintes quanto como narradores. Vivenciamos a experiência de mergulhar profundamente no universo mágico do conto maravilhoso. Brincamos, desenhamos, dramatizamos, cantamos, dançamos, nos divertimos muito para falar a verdade. Sempre saíamos dos encontros com um astral nas alturas.

As histórias do maravilhoso, as narrativas de tradição oral, têm esse poder de dialogar com nossas emoções mais íntimas.  E quando nos permitimos entrar em contato com este universo, vivenciamos um estado de consciência bem mais elevado, assim maravilhoso. Bem, como falei é difícil explicar... só experimentando para saber. Quer ouvir uma história? (rss.)

Não sei dizer se este curso irá acontecer novamente, mas fiquem de olho na programação da Cia. Paidéia de teatro.

Inté!
Karina Guedes


Website da Cia.Paidéia de Teatro : https://www.paideiabrasil.com.br/pt/cia-paideia-de-teatro/

01 maio, 2009

[:] PORTAL DO PROFESSOR- Fica a dica!

Um dos canais de educação do MEC.
Disponibiliza alguns materiais para trabalho além de informações interessantes para quem pretende atuar no magistério.

Segue o link:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html

30 abril, 2009

[:] TV ESCOLA - Fica a dica!

Você já conhece?

É um canal do Ministério da Educação. Disponível na TV e também na WEB.
Interessante e interativo. Você pode assistir ao vivo e também baixar a programação mensal para acompanhar os programas.


16 novembro, 2008

[:] EU LEONARDO

Rubem Alves

Minhas habilidades técnicas não são das piores. Eu mesmo, com serra, furadeiras e parafusos, construí as estantes do meu escritório. E até que elas me agradam quando vistas de longe. O importante é não examinar os detalhes, pois me falha a fineza artesanal. De vez em quando, conserto uma fechadura enguiçada e consegui mesmo reconstruir uma torradeira elétrica que havia se espatifado no chão.

Minha inclinação para lidar com a construção e reconstrução de coisas se manifestou pela primeira vez quando eu tinha sete anos de idade, ocasião em que desmontei o relógio velho de minha mãe, para ver como ele era feito. Evidentemente, com a intenção de montá-lo de novo. Infelizmente, esta segunda parte da minha experiência em mecânica não pôde ser realizada, pois eu me esqueci da ordem em que as peças deviam ser ajuntadas. Meus pais, ao invés de ficarem bravos, ficaram orgulhosos, pois viram no meu ato uma inegável vocação para a engenharia.

Minha competência para a matemática, se revelou logo no curso primário, confirmou este diagnóstico, e ninguém duvidava, nem mesmo eu, que o meu futuro era de ser de um brilhante engenheiro. Mas a vida nos conduz por caminhos não previstos, e, ao invés de desenvolver minha competência na direção da técnica, acabei por me meter numa área totalmente diferente, onde a coisa mais impossível de se fazer é um artefato técnico. Do ponto de vista da técnica sou totalmente inútil e incompetente – o que me condenou à posição marginal de alguém incapaz de realizar as coisas que fazem a glória e a riqueza do nosso mundo. Minha ignorância das coisas da tecnologia avançada – como este computador em que escrevo esta crônica – é absoluta, e os princípios que tornaram possível a sua fabricação me são um mistério sem tamanho. Quero, portanto, deixar manifesta a minha admiração – mais do que isto, a minha inveja, daqueles que são os mago-construtores deste mundo tecnológico em que vivemos.

Se eu tivesse entrado pelos caminhos da tecnologia, um lugar onde eu gostaria de trabalhar é na IBM. Porque, se não estou equivocado, a IBM é uma das mais altas e perfeitas manifestações do espírito tecnológico, na sua maior pureza. Tudo o que ela faz é (quase) perfeito. Digo “quase” porque, paradoxalmente, perfeição tecnológica só pode existir no campo do pensamento puro. As coisas produzidas, por maior que seja o controle de qualidade, têm sempre imperfeições. Os aviões caem. Os computadores são infestados por vírus. Os metais se rompem de “fadiga”. Para nós, “quase perfeito” já está muito bom. Mas a IBM me surpreendeu quando descobri que ela também está interessada na beleza. Gastou o seu dinheiro para produzir um dos vídeos mais lindos que eu já vi, comovente e inspirador sobre a vida de Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios da história da humanidade.

Eu, Leonardo... Mente inquieta, incontrolável, indomável, dominada pelo fascínio do mundo – seus olhos e seu pensamento não conseguiam descansar ante os infinitos objetos do mundo, existentes e por existir. Julgava a pintura a suprema das artes, pois através dela podia captar visualmente a harmonia da natureza, construída segundo os princípios da matemática. Estudou anatomia, para entender os princípios mecânicos, segundo os quais o corpo humano – esta máquina perfeita – era construída. Músico, fazia seus próprios instrumentos. Compunha, tocava e improvisava os poemas que cantava. Arquiteto, fez planos para uma cidade ideal, em que as casas fossem construídas segundo o princípio da beleza, banhadas de luz, e em que houvesse vias especiais para os pedestres e outras para os veículos. Imaginava máquinas.

O seu pensamento voava tão longe que a tecnologia existente não era capaz de produzir aquilo que ele imaginava – e, por isto, elas permaneceram apenas como projetos, no papel. Estudou o vôo dos pássaros, a fim de construir uma máquina que desse aos homens o poder de voar. Sonhou com navios que navegassem por baixo das águas, como os peixes. Observava o tempo e os seus sinais para compreender os princípios da meteorologia. Estudava a água, que acreditava ser o princípio vital do universo. Observava os fósseis e concluiu que em passados remotos o cume das montanhas havia estado submerso nas águas.Fascinava-se com cavalos, para ele, os mais belos animais, depois dos homens, e fez estudos sobre a sua estética.

O que era Leonardo? Pintor, músico, arquiteto, poeta, engenheiro, geólogo, biólogo? Todas estas coisas. Dentro do seu corpo vivia um universo. Homem universal, ele foi a encarnação, num único corpo, do ideal da Universidade, como o lugar onde os homens se reúnem para, dando asas à imaginação, encontrar o deleite na visão, compreensão e harmonia do mundo.

Foi então que me veio uma idéia maluca: se o Leonardo da Vinci tivesse vivo hoje, será que ele conseguiria um emprego na IBM? Para começar, o seu currículum vitae provocaria suspeitas. Um homem com interesses que vão da estética dos cavalos à construção de máquinas voadoras não parece regular bem. Mas, suponhamos que ele conseguisse o emprego. Imagino uma situação prática: o seu chefe lhe pede um relatório sobre um projeto de pesquisa e ele responde que no momento não é possível porque está se dedicando a um projeto estético pelo qual se apaixonou – a pintura de um quadro. É. Acho que Leonardo da Vinci não teria vida longa como funcionário da IBM, nem como professor de uma de nossas universidades. Espero que meus amigos da IBM me entendam. Que não tomem isto como nada de pessoal. A relação é puramente acidental. Primeiro, porque foi ela que fez o maravilhoso vídeo do Leonardo. Segundo, porque eu, de fato, acredito que a IBM representa o que há de mais alto no mundo técnico. Uso a IBM como metáfora e representante da lógica de produção organizacional da tecnologia, que pode ser assim resumida: “organizações de produção de tecnologia não toleram Leonardos.” Controle de qualidade ficou sendo uma expressão da moda. O que ela significa é muito simples: há de haver mecanismos que garantam que o produto final desejado esteja o mais próximo possível da perfeição com que ele foi idealizado. É isto, por exemplo. Que se espera de um bom restaurante: que o prato servido corresponda ao prato que é prometido. No campo tecnológico, o produto final tem de corresponder às especificações, tais como saíram da cabeça dos engenheiros que o pensaram.

É somente assim que se garante qualidade uniforme e confiável aos produtos.
Acontece, entretanto, que a parte mais importante deste processo não é o controle de qualidade dos produtos, mas o controle de qualidade do pensamento. É do pensamento que nascem os produtos. O mundo começa, não na máquina, mas na inteligência. Por isso, ao lado de mecanismos de controle técnico, as organizações, de há muito, aprenderam que é preciso controlar o pensamento. No seu fascinante livro O Homem-Organização, Willian H. W. Jr.

Descreve tal processo como a domesticação do gênio. O cientista deve abandonar a sua imaginação divagante que o leva a andar pelos caminhos do seu próprio fascínio e tornar-se uma função dos objetivos determinados pelos interesses da instituição que o emprega. Deve ser um “company cônscios".

Se o que a companhia deseja é a produção de tomates enlatados, o seu pensamento deve pensar tomates enlatados o tempo todo. Gastar tempo pensando em música, jardinagem, política, ecologia, é uma doença a ser evitada a todo custo, em benefício do controle de qualidade do pensamento. Em outras palavras: controle de qualidade do pensamento é cortar as asas da imaginação a fim de que ele marche ao ritmo dos tambores institucionais. O pensamento se tornará excelente ao preço de se perder a sua liberdade. Isto vale para a IBM e para todas as instituições de excelência tecnológica. Inclusive – e principalmente – as universidades. Quanto a Leonardo da Vinci, coitado, deverá se contentar em ficar desempregado.

Retirado do livro: A Alegria de Ensinar

15 novembro, 2008

[:] EDUCAÇÃO? EDUCAÇÕES. APRENDER COM O ÍNDIO


Pergunto coisas ao buriti; e o que ele responde é a coragem minha. Buriti quer todo o azul, e não se aparta de sua água - carece de espelho. Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
João Guimarães Rosa / Grande Sertão: Veredas


Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação ? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos alguma coisa a dizer sobre a educação que nos invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela com o que uns índios uma vez escreveram ?

Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:


"... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens."


De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais importantes estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.

Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades tribais de povos caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e industrializados; em mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre as suas classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em formação ou com ele consolidado entre e sobre as pessoas.

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos.

A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como idéia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.

A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam-e-aprendem, o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar - às vezes a ocultar, às vezes a inculcar - de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem.

Por isso mesmo - e os índios sabiam - a educação do colonizador, que contém o saber de seu modo de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para ser a educação do colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura.

Assim, quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e legitima. Mais ainda, a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constróem tipos de sociedades. E esta é a sua força.

No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador imagina que serve ao saber e a quem ensina mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu professor, a fim de usá-lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação - nas suas agências, suas práticas e nas idéias que ela professa - interesses políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza.

Aqui e ali será preciso voltar a estas idéias, e elas podem ser como que um roteiro daqui para a frente. A Educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão e transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: "... e deles faremos homens". Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: "... eles eram, portanto, totalmente inúteis"

Retirado do Livro: O que é Educação? 
Autor: BRANDÃO, Carlos Rodrigues

16 outubro, 2008

[:] PAULO FREIRE, NOSSO MESTRE

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador brasileiro.

Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

Biografia
Nascido em família de classe média no Recife, Paulo Freire conheceu a pobreza e a fome durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os pobres e o ajudaria a construir seu método de ensino particular.

Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo grau ensinando a língua portuguesa. Em 1944, casou com Elza Maia Costa de Oliveira, uma colega de trabalho. Os dois trabalharam juntos pelo resto de suas vidas e tiveram cinco filhos.

Em 1946, Freire foi indicado diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco. Trabalhando inicialmente com analfabetos pobres, Freire começou a se envolver com um movimento não ortodoxo chamado Teologia da Libertação, uma vez que era necessário que o pobre soubesse ler e escrever para que tivesse o direito de votar nas eleições presidenciais.

Em 1961, foi indicado para diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, em 1962, Freire teve a primeira oportunidade para uma aplicação significante de suas teorias, quando ensinou 300 cortadores de cana a ler e a escrever em apenas 45 dias. Em resposta a esse experimento, o governo brasileiro aprovou a criação de centenas de círculos de cultura ao redor do país.

Em 1964, o golpe militar extinguiu este esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia, trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização de Agricultura e Alimentos da Organização das Nações Unidas. Em 1967, Freire publicou seu primeiro livro, Educação como prática da liberdade.

O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade de Harvard em 1969. No ano anterior, ele escrevera seu mais famoso livro, Pedagogia do Oprimido, o qual foi publicado em varias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970), e até o hebraico (em 1981). Por ocasião da rixa política entre a ditadura militar e o socialista-cristão Paulo Freire, ele não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel tomou o controle do Brasil e iniciou um processo de liberalização cultural.

Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, para trabalhar como consultor educacional para o Conselho Mundial de Igrejas. Durante este tempo, atuou como um consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné Bissau e em Moçambique.

Em 1979 Freire já podia retornar ao Brasil, mas só voltou em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986 Quando o PT foi bem sucedido nas eleições municipais de 1988, Freire foi indicado secretário de Educação de São Paulo.

Em 1986, sua esposa Elza morreu e Freire casou com Maria Araújo Freire, que também seguiu seu programa educacional.

Em 1991, o Instituto Paulo Freire foi fundado em São Paulo para estender e elaborar suas teorias sobre educação popular. O instituto mantém os arquivos de Paulo Freire.

Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, às 6h53, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações na operação de desobstrução de artérias, mas teve um infarto.

Primeiros trabalhosNo início da década de 1960 montou, no estado de Pernambuco, um plano de alfabetização de adultos que serviu de base ao desenvolvimento do que se denominou Método Paulo Freire de alfabetização popular, reconhecido internacionalmente.

Durante o regime militar de 1964, por sua afiliação marxista, Paulo Freire foi considerado subversivo, foi preso e depois exilado, tendo assim de interromper a Campanha Nacional de Alfabetização, a qual liderava com o apoio de João Goulart, quando este foi presidente.

Com a anistia, na década de 1980, retornou ao país, tendo dirigido a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo durante a administração de Luiza Erundina (1989-1993).

A Pedagogia da Libertação

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

No entanto, a obra de Paulo Freire ultrapassa esse espaço e atinge toda a educação, sempre com o conceito básico de que não existe uma educação neutra: segundo a sua visão, toda a educação é, em si, política.

Palavras (articuladoras do pensamento crítico) e a pedagogia da pergunta, são princípios da pedagogia de Paulo Freire.

Obras
1959: Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
1961: A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
1963: Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
1967: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
1968: Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
1970: Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971: Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971. 93 p.
1976: Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977: Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978: Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979: Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
1979: Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
1980: Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
1981: Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1981: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1982: A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982: Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982: Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
1983: Cultura popular, educação popular.
1985: Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
1987: Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
1988: Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
1989: Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
1990: Conversando con educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
1990: Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1991: A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
1992: Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993: Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
1993: Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
1994: Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
1994: Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
1996: Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.
1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire

[:] TIÃO ROCHA, UMA INSPIRAÇÃO

" Todo mundo pode mudar o mundo"

Depois de conhecermos o ganhador do prêmio Empreendedor Social 2007 : Tião Rocha através de uma excelente entrevista feita pela revista Caros Amigos no mês de agosto, foi inevitável aprender com seu projeto. Juntando o sentimento de indignação que vem tomando conta de nossos corações nos últimos meses, pois, temos feito alguns trabalhos de sociologia que nos permitiu ver bem de perto muito do que aprendemos na teoria, decidimos então colocar em prática a vontade de fazer a diferença.

Sendo Tião um seguidor de Paulo Freire a identificação foi imediata. Nós estudantes de cursos de Licenciatura, professores em formação percebemos que uma parte do grande problema da educação pública brasileira vem da má formação de professores. Pois nem todos que estão matriculados em cursos de licenciatura têm consciência de seu papel de agente transformador da sociedade. Sendo assim precisamos ajustar a base.

Com o apoio de amigos de classe criamos o PROJETO EDUCAR É CONTAGIANTE!
Esperamos através dele transformar a dura realidade da educação pública brasileira.
Todos que se interessam pela melhoria da educação estão convidados a participar. Por favor contribuam com idéias, textos, notícias... enfim com tudo de bom que pode ser compartilhado e utilizado para melhorar a formação de nossos professores. Precisamos concientizar para melhorar!

Conheça mais sobre Tião Rocha


Nossa comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=71497129